Dia: 27/03/12
Horário: 18:30hs
Local: Centro Cultural da UFMT
Entrada Franca
Título Original: Nema-ye Nazdik
Título em inglês: Close Up
Ano: 1990
País: Irã
Debatedor: Profº Henrique LeeSinopse
Close Up recebeu em 1990 o primeiro prêmio do "Montreal Festival of New Cinema" e em 1992 do "Istanbul International Film Festival". É a história de Hossain Sabzian, que se faz passar por Mohsen Makhmalbaf junto de uma família de Teerão, fazendo-a crer que terá um papel predominante na sua próxima longa-metragem. O filme balança entre o documentário e a ficção sendo os atores os próprios intervenientes deste caso mediático. A obra de Abbas Kiarostami cruza duas tipologias cinematográficas: o cinema documental e a ficção. A parte documental centra-se invariavelmente na realidade política, social e religiosa do seu país de origem: o Irão; enquanto que a parte fictícia atribui uma enorme expressão poética ao filme. É esta ambiguidade que atribui uma grande singularidade à obra de Abbas Kiarostami.
Por Henrique Lee
A verdade e a mentira, em seus sentidos morais e estéticos, em Close-up de Abbas Kiarostami
Comentar a hibridização dos gêneros do documentário e da ficção no filme “Close up” de Abbas Kiarostami constitui quase um consenso entre os seus expectadores e comentadores. Ainda que sejamos participantes deste consenso, seria interessante deixar que este filme fale sobre a forma pela qual outro consenso, ainda mais fundamental para esse primeiro, é construído: o consenso que opõe o gênero do documentário de um lado, como o “factual” e “real”, e o gênero da ficção de outro, como “mentira” e “fantasia”.
A literatura, o cinema, as artes de maneira geral se alimentam constantemente dessa interrogação sobre os limites entre o “real” e o “ficcional”. Ou seja, esta indagação não é de modo algum um privilégio ou um aspecto original em Kiarostami, embora talvez as consequências ele extraia dessa indagação acabem por constituir a marca de seu estilo. Nossa conversa sobre filme será um convite para imaginarmos as formas pelas quais Kiarostami nos conta uma "verdade" através de várias "mentiras".
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