quinta-feira, 21 de junho de 2012


REPORTAGEM SOBRE O NÚCLEO PSICANÁLISE E CINEMA
PUBLICADO NO CADERNO Folha 3 DO JORNAL FolhadoEstado DO DIA 18 DE JUNHO DE 2012

CINEMA
“Um Homem Bom” em filme e debate

_ PARADOXOS
O filme baseado numa peça do escocês Cecil Philip Taylor trata da moral do indivíduo frente a grandes movimentos sócio-políticos.
 
ANDREZA PEREIRA
DA REDAÇÃO
 
O Núcleo de Cinema e Psicanálise da Universidade Federal de Mato Grosso exibe amanhã às 18h30 no Centro Cultural da instituição o filme ‘Um Homem Bom’. A entrada é gratuita e após a sessão, será realizado um debate mediado pelo professor e psicólogo Luiz Alves Corrêa. O trabalho dirigido por Vicente Amorin e baseado numa peça do escocês Cecil Philip Taylor trata da moral do indivíduo frente a grandes movimentos sócio-políticos.
Mais especificamente, conta a história do professor e literatura John Halder, ‘o homem bom’ que se envolve com a ideologia propagada pelo nazismo na Alemanha da década de 1930. O nome do filme já prenuncia os paradoxos que marcam a narrativa. Halder é um idealista, um humanista que convive com uma série de demandas familiares, uma esposa problemática, um sogro intrusivo, uma mãe que sofre de doença mental, dois filhos pequenos. Ele tem de lidar com tudo isso em meio a um contexto econômico de recessão nacional pós-guerra. A realidade privada e a pública de uma nação são sobrepostas no filme e vão indicar os caminhos de penetração das idéias nazistas nas consciências individuais.
O discurso de Adolf Hitler, permeado de promessas sobre um futuro melhor para o povo alemão, vai sendo absorvido pelas massas, que são entusiasmadas a um pensamento revanchista e ufanista. As cenas exibem os salões de festas do partido nazista, o emocionalismo dos desfiles civis, o complexo processo de transferência que se dava entre as pessoas e aquele líder carismático que ascendia no país.
O professor se insere no universo ideológico nazista por meio de um livro de ficção que escreve, no qual um marido mata a esposa que tinha uma doença incurável para aliviar o sofrimento dela. A história é tomada com simpatia pelo partido, que o convida a redigir, dessa vez, um ensaio em defesa da eutanásia. Era um meio de justificar de forma humanista a eliminação dos que não se adequavam à eugenia ariana. E assim a trama se desenrola apresentando de forma fina e incisiva os conflitos e contradições das escolhas morais.
 
DEBATEDOR

Luiz Alves possui graduação em Comunicação pela Universidade de Brasília e em Psicologia pelo Centro Unificado de Brasília. Cursou especialização em Saúde Publica pela Fundação Oswaldo Cruz. É professor Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso e psicólogo da Secretaria do Estado de Saúde de Mato Grosso.
Comunicado:
Devido a greve dos servidores (professores e técnicos) da UFMT o Núcleo de Psicanálise e Cinema adiou suas atividades. Assim que as atividades retornarem informaremos a nova programação.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Última exibição do semestre: "Um Homem Bom"


Data: 19/06/2012 (terça-feira)
Local: Centro Cultural da UFMT
Horário: 18:30h
Entrada Franca


FILME : UM HOMEM BOM
Debatedor: Luiz Alves Corrêa

Ficha Técnica
Título Original: Good 
Gênero: Drama
Direção: Vicente Amorim
Elenco: Viggo Mortensen, Jason Isaacs, Mark Strong, Steven Mackintosh, Gemma Jones, Anastasia Hille, Ruth Gemmell
Roteiro: C. P. Taylor (peça), John Wrathall

SINOPSE
Baseado na peça do escocês Cecil Philip Taylor (1929-1981), o drama Um Homem Bom (Good, 2008) acompanha o professor de literatura John Halder, o "bom homem" do título, pai de família com uma esposa problemática, um sogro intrusivo e uma mãe doente. O fato de Halder escrever um romance de ficção defendendo a eutanásia não teria desdobramentos mais dramáticos, se não corresse o ano de 1933, em Berlim. É a ascensão de Hitler, e as palavras de Halder tomam uma leitura totalmente desvirtuada.
Defende-se historicamente que a sociedade alemã não tinha conhecimento do genocídio de judeus nos campos de concentração nazistas. O professor Halder, vivido por Viggo Mortensen ( Senhores do Crime) no filme dirigido por Vicente Amorim  (O Caminho das Nuvens), é um deles.
A certa altura da história, uma das alunas de Halder questiona, diante de uma passeata do partido nazista cheia de civis entusiastas, se "algo que deixa as pessoas tão felizes pode ser ruim". Essa é a questão central de Um Homem Bom e, também, a chave para entender a chegada de Hitler ao poder - regime que Hadler apostava, no começo do filme, muito antes da Segunda Guerra, que "não fosse durar".